“Entrando Jesus na casa de Pedro, viu a sogra deste que estava de cama e com febre. E tocou-lhe a mão, a febre a deixou, ela se levantou e O servia.” (Mt. 8.14-15).
Alguém, com um raciocínio que desprezasse o caráter e a missão de Cristo, diria que ele era um aproveitador e egoísta, afinal de contas, como poderia ser servido por alguém que mal acabara de ser curado por meio da sua oração, já que ele não fez mais do que orar. Diria ainda, “ele orou para ela ficar boa foi para poder servi-lo naquele momento. O certo seria ele servi-la enquanto ela estava doente e não permitir que ela fizesse qualquer coisa até ficar boa.”.
Mas quando atentamos claramente para a missão de Cristo, que é anunciar boas novas aos pobres, liberdade aos cativos, dar vista aos cegos e por em liberdade os oprimidos (Lc. 4.18), vemos que Ele não quis explorar a mulher recém-curada, muito pelo contrário, ele deu a ela uma tremenda oportunidade de poder ser grata a Deus e experimentar em si mesma o caráter de Cristo, servindo-O naquele momento, assim como ele veio para “servir e dar sua vida em resgate por muitos” (Mc. 10.45). Só quem já ficou doente sabe que o mal estar da enfermidade não é nunca moeda mais valiosa que uma vida saudável e operante. Para o doente, ficar são e servir é viver, pois a doença é uma quase morte.
Uma ação de Cristo na nossa vida não tem fins apenas imediatistas, Ele está trabalhando a longo prazo, quer dizer, a infinito prazo, pois o que Cristo faz em nós tem reflexos por toda a eternidade. Jesus disse: “ mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna.” (João 4:14). Ele não veio para manifestar-se na vida das pessoas apenas em um momento e depois desaparecer. Ele veio para ficar, veio para fazer parte da nossa vida por completo. A obra dele na vida daquela mulher não estaria começando nem terminaria com aquela cura.
Outro exemplo semelhante (liberto para servir) aconteceu com o endemoninhado gadareno (Mc. 5.1-20). Esse homem sofria com muitos espíritos malignos, mas Jesus de todos eles o libertou, permitindo que entrassem nos porcos, que caíram em um precipício e morreram. Depois disso, paradoxalmente, as pessoas disseram para Jesus se retirar da sua cidade. Porém, a pessoa que perfeitamente entendeu o que acontecera, o antes sofredor, pediu que Jesus o deixasse ir com ele. Mas o Senhor não permitiu, dizendo que ele deveria ficar e contar às pessoas o que acontecera a ele. Ficando na cidade, o homem falaria de Jesus não apenas com palavras ou notícias a seu respeito, mas pessoalmente, com sua nova vida em Cristo.
Novamente fica claro que o propósito de Cristo ao dar-nos a vida é que façamo-la evidente, isto é, ele quer que mostremos quem somos e porque somos, pois isso revela aos outros quem ele é. Sem ele nada somos. De nossa parte precisamos reconhecer o vivo e efetivo valor de tudo o que ele fez e faz por nós, que não é um simples fato isolado na história, nem produz apenas palavras em nossos lábios. Tudo isso é, verdadeiramente, uma vida operante, “poder de Deus”. Somente assim serviremos a ele de verdade, por profunda gratidão, e não por obrigação.
Que Cristo com Seu Poder mova nossas vidas.
23-09-2012.
Pr. Inerves José
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